domingo, 29 de julho de 2012

Vivo por ela.

Não me lembro mais como conheci o amor da minha vida.

Embora isso me assuste um pouco, também ressalta o fato de que nossa história se mesclou ao próprio amor, e o passado e o presente se fundiram ante a perspectiva do futuro. Eu a amo, e para mim isto basta.

Me lembro que minha mãe me apresentou a ela. Me aproximei, tímido, como sempre, mas não demorou mais do que alguns dias para que ela se tornasse minha melhor (e por vezes, única) amiga, confidente, amante.

Brigamos muitas vezes também. Eu sentia que não correspondia às suas expectativas, e, 'inda hoje, sei que não sou bom o suficiente para ela. Admito isto com franqueza, sem problema; se ela me dá o prazer de compartilhar com ela e nela tudo o que eu tenho dentro de mim; se ela me deixa mostrar o meu melhor e meu pior; se somente com ela, sozinhos, eu sou realmente eu, despido de qualquer máscara, qualquer hipérbole ou qualquer fuga; se somente com ela eu me sinto limpo, me sinto eu... Se é desta forma que eu me sinto completo, nada mais importa. Não importa se sou bom o suficiente, não importa se sou imperfeito, não importa se nunca conseguirei ser o que deveria.

O que importa é ela, e eu junto à ela, nela, para todo sempre, enquanto meu sempre durar.

Ainda assim, com ela, o eterno parece realmente durar para sempre. Ela me inspira, me revolve, me fere, me envolve, me eleva e me enleva. Ela me apaixona e se apaixona por si, apenas para que, em metalinguagem, ela me tenha ainda mais.

Sonho com ela quando estou acordado, e penso nela em meus sonhos. Da hora que me levanto até o momento de dormir, estou pensando em suas nuances, em o que outros já fizeram com ela, e a recrio ininterruptamente assim.

"Cada dia é uma conquista; a protagonista é ela também."

Pois a música é assim: quando lhe toma de assalto, lhe toma em corpo, alma e mente. Lhe queima dos pés a cabeça, engradece e te amiúda, apenas para lhe mostrar o quão maior que qualquer ser humano ela é. É a musa dos sonhos que ela mesma inspira.

A música é uma faísca em um palheiro, mais do que se sonha e, em vários momentos, exatamente do que se precisa. A música é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e se sente - Deus, e como se sente...

A música é amor que acalenta, paixão que incendeia e vida que pulsa, e a vida sem ela é um poço seco.

E então, quando for a hora, desliguem as luzes, fechem as cortinas, e deixe que o fôlego se esvaia como um último lá menor que morre no silêncio.

Pois do acorde viemos, e à harmonia voltaremos.


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